domingo, 21 de setembro de 2014

A contabilidade e a tecnologia.


A contabilidade e a tecnologia
 

Semanas atrás, tivemos uma palestra, no CRCPR, sobre o impacto da tecnologia na nossa profissão, dando margem a reflexões e conclusões animadoras sobre o atual momento e o futuro da atividade contábil.
Foram amplamente analisadas as mudanças desencadeadas pela adoção do Sistema Público de Escrituração Digital, a computação em nuvem, o plano nacional de banda larga, a tecnologia 4G, a cloud fiscal, entre outras novidades que têm desafiado os profissionais da contabilidade.
Combinando o conhecimento teórico (ciência) e prático (tecnologia) de cada época, as tecnologias são produto da evolução do saber, da cultura e da civilização. Em tese, representam avanço, embora algumas tecnologias possam ser usadas também para fins negativos; caso do avião, que Santos Dumont lamentou ser utilizado para destruição, em guerras. Outro resultado condenado é que esse processo cria desemprego, decretando o fim de atividades. Foi assim que perderam a função o ferrador, o ferreiro, o foleiro, o correeiro, o tanoeiro, o segeiro, o leiteiro, o petrolino, o posticeiro, o datilógrafo, entre outros profissionais importantes no passado. Um segmento, entre outros ameaçados no momento, é o de cobrador de ônibus, com a invenção da catraca eletrônica e da passagem digital.
Praticada há milhares de anos, desde quando as informações contábeis eram registradas com bastões em placas de barro, a contabilidade sempre se ajustou às mudanças, revelando-se uma atividade social essencial. Retenhamos o conceito: ela é fundamental por sua essência; se não existisse teria que ser inventada. Só ela sabe lidar com as informações patrimoniais e financeiras de entes físicos, jurídicos e públicos. Mas em cada época, pressionados por novos conceitos, técnicas, métodos, procedimentos, regras, os profissionais foram obrigados a rever suas práticas e conhecimentos. Nos últimos 50 anos, por exemplo, estamos superando tecnologias manuais e mecânicas. Além do computador, que aposentou a máquina de escrever, a informática inseriu a contabilidade na era digital, permitindo o desenvolvimento de sistemas – caso do SPED.
Programas inteligentes e máquinas pensantes estão revolucionando a totalidade do mundo do trabalho, possibilitando a realização de tarefas com mais precisão e agilidade. Todas as atividades humanas assimilam os avanços da informática, do chip e da inteligência artificial. Até na área rural os produtores estão adquirindo máquinas que permitem produzir mais e com melhor qualidade.
A dispensa de mão-de-obra humana ocorre, em nosso país, em grande parte por causa do atraso educacional. Segundo o IBGE (dados de 2010), apenas 7,9% da população brasileira concluíram um curso superior e 59,2% não completaram sequer o ensino fundamental.
Na área contábil, enfrentamos as mudanças promovendo educação continuada, atualização permanente dos profissionais, como vem ocorrendo com a adoção de processos eletrônicos – o CRCPR já faz fiscalização eletrônica -, sistemas como o Sped e a harmonização das normas de contabilidade ao padrão internacional. Quem quiser permanecer no mercado precisa se atualizar, acompanhar a evolução.
As conclusões e perspectivas não poderiam ser melhores para a contabilidade. Seu objeto não muda e, além de melhores instrumentos e recursos que criam segurança, rapidez, integração e redução de custos, com as inovações, os profissionais podem se dedicar cada vez mais à tarefa de prover os clientes com amplas informações e interpretações patrimoniais e financeiras, permitindo decisões mais abalizadas.
 
Lucélia Lecheta
Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná - CRCPR
 
Fonte: Portal Contábeis

terça-feira, 2 de setembro de 2014

CONTADOR, COM TODO RESPEITO.

 
Certas profissões têm charme na mídia, mas são pouco valorizadas na prática.
Outras são disputadíssimas pela empresas, mas são esquecidas pela mídia.
E, com isso, batalhões de jovens sonhadores escolhem suas faculdades e depois quebram a cara para arranjar um emprego. E, aí, com um diploma na mão, vão ser vendedores de cachorro-quente, o que, aliás, parece estar dando muito dinheiro. Mas vejam os contadores. Por alguma razão, no Brasil, e apenas no Brasil, não são valorizados socialmente. Na Europa e nos Estados Unidos, se você se apresenta como contador todas as portas se abrem, e os pais sempre comemoram o ingresso do filho numa escola de contabilidade.
Não vou me esquecer nunca da cara de espanto do meu professor de ginásio, lá no Colégio Jácomo Stávale, na Freguesia do Ó, quando quis saber o que cada um dos adolescentes de 14 anos que completava o primeiro grau pretendia ser na vida. No meio de futuros médicos, advogados, engenheiros apareceu um, eu, dizendo que queria ser contador. E fui. Sou um dos 110 mil contadores do Brasil ou 320 mil contabilistas se somados os técnicos em contabilidade. Aconselho a quem tiver de escolher uma profissão que ingresse em uma boa escola de ciências contábeis e vá ser contador.
Você não imagina quanta emoção e satisfação vai ter. E esqueça que a revista Veja publicou uma matéria de capa sobre as melhores profissões do futuro e não incluiu a de contador, apesar de serem as fontes mais comuns de consulta das redações quando o assunto requer credibilidade e profundidade.
É possível que os autores da matéria tenham ficado com a imagem deixada pelo filme "Os Intocáveis", aqueles fantásticos policiais que caçavam os inimigos da "Lei Seca". Tinha um contador que, além de descobrir as falcatruas nos livros contábeis das organizações fora-da-lei, enfrentava a Máfia com uma assustadora metralhadora. Apesar da sua coragem, o contador morre.Hoje em dia não é bem assim que os contadores trabalham. Também não usam ligas nas mangas de camisas nem tampouco protetores para os olhos. Suas armas são modernos computadores, com softwares que auxiliam a avaliar complexos industriais que são vendidos em leilões de privatização por cifras de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões. Mais do que nunca o Brasil vai demandar contadores.   Esta é uma espécie de profissional que floresce apenas em países democráticos onde a lei é padrão de referência. Em países de economia fechada existe muito pouco mercado para esses profissionais. Agora, quando o País decide abrir suas fronteiras e mergulhar na economia de mercado, só mesmo um bom contador para indicar qual é a melhor opção de investimento.
Imagine como ser competitivo se você não organizar os custos de sua empresa para saber como racionalizá-los? Não há um dólar de investimento no País sem que experientes contadores sejam chamados para analisar os dados e interpretá-los e dar o seu veredicto. Numa economia globalizada, então, nem se fale. Os relatórios contábeis são esmiuçados e preparados dentro de padrões mundiais, conforme requerido pelo Financial Accounting Standards Board (FASB), a junta de Normas de Contabilidade Financeira, sem os quais nenhum centavo é negociado nas bolsas norte-americanas.
No caso do setor público brasileiro, está próximo o tempo em que auditorias serão requeridas para verificar como cada real do contribuinte está sendo aplicado.
Não tenham dúvidas, esta é a maneira mais eficaz de se combater desperdícios e evitar déficits. É por isso que no Brasil os auditores ainda são poucos. Apenas 1 para 24.615 habitantes; nos EUA, a relação é de 1 auditor para 2.317 habitantes, e na Holanda, de 1 para 899 habitantes. A média mundial registra 1 auditor para 3 mil habitantes. Mas apesar disso, é intrigante esta rejeição nacional por aquilo que possa resultar da verdade dos números.
Despreza-se com tal empenho o que possa decorrer da organização contábil, ciência também conhecida como a ciência da ordem, que, na área política, parlamentares como o deputado Roberto Campos, homem culto e inteligente, chegam a acusá-la de classe parasitária. Apenas porque a ciência contábil é implacável com a verdade por se basear no princípio de que para cada dinheiro gasto deve existir fonte correspondente, conhecida e identificada. Bem, não se pode dizer que os orçamentos públicos votados pelas Casas Legislativas sejam exatamente produto dessa equação contábil.
Fica aqui reiterado o meu conselho aos jovens deste país. Tomem cuidado ao escolher uma profissão. Cada um saberá tirar o máximo de sabor do seu trabalho, só não confundam profissão do futuro com aquela que lhe vai permitir participar de muitos coquetéis, happy hours, presença em colunas sociais ou que no final do filme a mocinha escolhe como galã da história. 
 
Antoninho Marmo Trevisan

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Sistema CFC/CRCs registra a marca de meio milhão de profissionais registrados



Por Fabrício Santos

Brasília Mais um fato histórico foi registrado ontem pelo Sistema CFC/CRCs: há no país 500 mil profissionais da Contabilidade registrados. A notícia foi divulgada, ontem (21),  pela Vice-presidência de Registro do CFC. “ É importante ressaltar que há, no país, uma busca cada vez maior pela profissão contábil”, revela o vice-presidente de Registro do CFC, Nelson Zafra.
No ranking com maior número de profissionais registrados, o Estado de São Paulo sai na frente com 138.808 mil, seguido de Minas Gerais. com 54.861, e Rio de Janeiro, com 54.703 mil. “A ascendência da profissão, a valorização contábil e a relação com o Governo tornaram a profissão  mais visada”, conclui Zafra.
O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Vice-presidência de Registro, disponibiliza mensalmente os dados estatísticos de profissionais e escritórios registrados e ativos existentes no território nacional. Há, também, um estudo sobre a evolução da profissão. A consulta dos dados estatísticos pode ser feita aqui.

domingo, 17 de agosto de 2014

Lei que norteia a contabilidade pública precisa de atualização.


O passado, o presente e o futuro da Lei 4.320/64 foram debatidos no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), nesta quarta-feira (13/8), em seminário comemorativo à legislação que há 50 anos norteia a contabilidade pública do País. O presidente do Tribunal, Jonas Lopes de Carvalho Junior, que abriu o encontro, destacou a importância da norma e defendeu a sua atualização: "É uma lei extremamente importante para o País. Para nós que trabalhamos com contabilidade, com as contas públicas, é a nossa bíblia. Mas precisa estar atualizada". 

Para Jonas Lopes, a necessidade de ajustes decorre da chegada de normas novas na área da contabilidade pública ao longo das últimas décadas – caso da própria Carta de 1988 e da Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo. Ele destacou, porém, o valor atemporal da cinquentenária lei, sancionada pelo então presidente João Goulart, em 1964. "Muitas coisas aconteceram ao longo do tempo. Tivemos uma série de normas que trouxeram modernização, agilização e efetividade maior no controle das contas públicas. Então, a Lei 4.320 precisa de atualização, mas, destaco, é uma lei que nos baliza em nosso trabalho até hoje".

Presidente do Tribunal de Contas da Bahia (TCE-BA), o conselheiro Inaldo da Paixão Santos Araújo, palestrante do evento, também vê necessidade de aperfeiçoamento da lei, mas, como o colega Jonas Lopes, elogia seus conceitos. "Sempre digo que ninguém passa incólume aos 50 anos. Mas essa lei foi tão bem concebida e elaborada que até o regime militar tentou modificá-la e não conseguiu", comentou, lembrando a tentativa mal sucedida de alteração do ex-presidente Castelo Branco. "Estamos vivenciando uma verdadeira revolução na contabilidade aplicada do setor público sem a necessidade de modificar os preceitos fundamentais da lei".

Além do conselheiro Inaldo Araújo, que falou sobre ‘As contribuições da lei para o desenvolvimento da gestão pública', palestraram o subsecretário de Modernização da Gestão de Finanças Públicas da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro (Sefaz-RJ), que abordou o tema ‘As influências da lei na Nova Contabilidade Pública', e Hélio Martins Tollini, consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados, responsável pelo tema ‘As mudanças necessárias para a melhoria do controle dos gastos públicos'.

Realizado em parceria com o Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCMRJ), Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro (CRC-RJ), Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro (Sefaz-RJ), o seminário lotou o auditório do TCE-RJ com uma variada plateia que incluiu prefeitos, presidente de câmaras, servidores, contabilistas, entre outros, numa clara demonstração da importância do tema. O conselheiro do TCE-RJ José Maurício de Lima Nolasco; o procurador-geral do TCE-RJ, Sergio Cavalieri Filho; o conselheiro Antonio Carlos Flores de Moraes, do TCMRJ; a subsecretária-geral da Sefaz-RJ, Claudia Uchoa; o coordenador de capacitação da ECG do TCE-RJ, João Paulo Lourenço, e a presidente do Conselho Regional de Contabilidade, Vitória Maria da Silva, participaram da cerimônia de abertura do evento.

A presidente do Conselho Regional de Contabilidade reconheceu que a necessidade de mudanças na Lei 4.320/64 "é um desafio para os profissionais da contabilidade e que o seminário realizado no TCE-RJ é importante para toda a classe contábil". Para o presidente Jonas Lopes de Carvalho Junior, o debate sobre a Lei 4.320 é fundamental para todos. "Estamos aqui representando a sociedade que exige mudanças. E cabe a todos nós que representamos a sociedade em diversos segmentos, produzir leis que a sociedade anseia. E fiscalizar a boa aplicação dessas leis, a boa aplicação dos recursos, e, principalmente, exigir transparência do administrador para ver se há um freio definitivo na corrupção".
 
Fortalecimento institucional
 
Em palestra, o subsecretário de Modernização da Gestão de Finanças Públicas da Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro (Sefaz-RJ), Paulo Henrique Feijó, destacou a necessidade da criação de uma Secretaria Federal de Contabilidade para fortalecimento institucional da aplicação da nova contabilidade do setor público no país. Feijó abordou no seminário o tema ‘As influências da Lei 4.320 na nova contabilidade Pública' quando defendeu entre outros temas, a atualização da 4.320 para alinhar-se aos padrões internacionais da contabilidade.
 
"O desafio é levar o Brasil para o sistema de contabilidade de alto nível. Estamos muito aquém do que deveríamos estar. A prioridade é aplicar a contabilidade no setor público com a visão patrimonial, mas mantendo o orçamento. Os dois sistemas convivem sem um prejudicar o outro", avaliou o especialista, ao completar que a contabilidade de alto nível tem como características básicas a aplicação do regime de competência. "Não tem magia, porque o regime de caixa é míope, não enxerga à frente, não enxerga todos os ativos e todos os passivos como deveria. Fazer contabilidade é mais complexo do que fazer orçamento. É preciso garantir a transparência nas informações", assinalou Feijó.
 
Encerrando o seminário, o consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados (Conof), Hélio Martins Tollini, falou sobre as ‘Mudanças necessárias para a melhoria do controle dos gastos públicos'. Ele abordou as mudanças que se espera com o projeto que tramita no Senado com a proposta de uma nova lei complementar que substitua a 4.320.
 
"O projeto promove mudanças em diversos aspectos de médio prazo, que na lei 4.320 é quase ignorada. A questão é trazer para a realidade brasileira elementos de médio prazo na elaboração dos orçamentos. Falo aqui de orçamento no nível federal", definiu o consultor da Câmara dos Deputados, que acrescentou que o projeto comporta proposta para alterações no Legislativo, para que o Congresso seja impedido de fazer estimativas de Receitas, "o que é considerado um ponto essencial para a melhoria dos nossos processos orçamentários", assinalou Tollini.
 
O consultor destacou ainda que um grande problema no orçamento é o Plano Plurianual (PPA). "Ele se tornou um instrumento completamente inadequado para direcionar os gastos públicos no médio prazo. Por isso temos o fenômeno de obras inacabadas. Os investimentos poderiam ser aprovados por seu custo total, incluindo-se nos orçamentos seguintes demonstrativos do cronograma de execução financeiras desses projetos. Nos Estados Unidos aprova-se o programa", exemplificou.
 
Fonte: Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro

CFC e TSE estreitam relações institucionais.

Por PR1 Comunicação – Caroline Vilhena

Na última quarta-feira, 13/8, o ministro Dias Toffoli recebeu em seu gabinete a presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon), Maria Clara Bugarim; o vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Zulmir Ivânio Breda; e o ex-ministro da Previdência Social e ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado. Na reunião, estavam presentes ainda o ministro do TSE Henrique Neves e o secretário-geral da Presidência do Tribunal, Carlos Adamek.
boletim
Maria Clara entregou ao presidente do TSE um exemplar do manual de prestação de contas eleitorais, elaborado pelo CFC e pela Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC), em parceria com o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, e intitulado Eleições 2014: Partidas Dobradas, Contabilidade Necessária. O Manual, que já está em sua terceira edição, orienta os profissionais da Contabilidade para a correta prestação de contas dos partidos e candidatos no período eleitoral.
livro
Na ocasião, a presidente da Abracicon também falou sobre os seminários regionais de prestação de contas eleitorais, que estão sendo realizados pelos CRCs, em todas as unidades da Federação, e visam capacitar os contabilistas de todo o País para a elaboração de prestações de contas que atendam ao previsto na legislação e contribuam para a transparência do processo eleitoral. “Trata-se de um compromisso com a fiscalização preventiva, que orienta e instrumentaliza a prestação de serviço do profissional da contabilidade nestas eleições e nas próximas. Esse é o nosso aporte para o Estado e para a sociedade”, afirmou Maria Clara Bugarim.
Clara-Toffoli
A presidente da Abracicon também informou ao presidente do TSE que, após o término dos seminários regionais que estão sendo realizados nos CRCs, a Abracicon irá apresentar ao Tribunal um relatório das ações realizadas no âmbito deste projeto, propondo, inclusive, algumas alterações na lei. “Também vamos entregar ao TSE um documento com definições precisas das terminologias contábeis utilizadas na legislação eleitoral, com a finalidade de contribuir, ainda mais, para a melhoria das prestações de contas das eleições”, destacou.
Zulmir Breda também declarou que o CFC se compromete a dar continuidade à preparação da classe contábil para essa nova conjuntura eleitoral. “Nosso trabalho não termina com o fim da campanha. Vamos intensificar nosso programa de formação para garantir uma atuação de excelência de nossos profissionais também nas próximas eleições”, disse o vice-presidente do Conselho.
Dias Toffoli aprovou a iniciativa e entregou aos representantes das entidades uma minuta do termo de cooperação a ser firmado entre a Justiça Eleitoral, o CFC e a OAB. “É um contato que, sem dúvida, enseja uma maior difusão das exigências legais para as prestações de contas eleitorais”, afirmou. Henrique Neves também elogiou o empenho das entidades. “Vocês vão facilitar o nosso trabalho de análise das prestações de contas, porque se elas são bem feitas, consequentemente nós temos menos problemas”, disse o ministro.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Muitos Municípios ainda não implantaram o PCasp, a CNM volta a alertar sobre os procedimentos

Ag. CNMO Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCasp) ainda não está implantado em muitos Municípios brasileiros, apesar do esforço dos gestores municipais. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) alerta as prefeituras que ainda utilizam o plano de contas antigo, e consequentemente enviaram o Quadro de Dados Contábeis Consolidados (QDCC) ao Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi). O sistema de QDCC não será mais aceito a partir de 2015. 
Nesse sentido, a Confederação volta a lembrar que o prazo que para que todos os entes municipais tenham o PCasp termina no final deste ano. Assim, a consolidação das contas de 2014 já deve ser feita pelo novo Plano, conforme estabelecido na Portaria 634/2013 da Secretária do Tesouro Nacional (STN), por meio do Demonstrativo de Contas Anuais (DCA). 
Entre as orientações concedidas pela equipe de Contabilidade da Confederação, a certificação que de os registros dos atos e fatos estejam devidamente contabilizados, além do software já estar com o cadastro do plano de contas nos padrões do PCasp. Isso, para que seja possível efetuar os lançamentos de controle orçamentário, patrimonial e financeiro. 
A entidade ressalta ainda que a aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCasp) é mais complexo do que simples mudança prevista no plano de contas.  E dessa foram, os gestores devem buscar fazer os enquadramentos para não serem impedidos de receberem recursos federais. 
Para ajudar nesse processo de mudança, a CNM tem divulgado cartilhas, notas técnicas, e matérias. Além disso, a entidade tem promovido eventos que viabilizam debater os desafios e orientar os agentes municipais para as mudanças.
 
Fonte: CNM

ELEIÇÕES: A contabilidade dos candidatos à eleição.

 
Temos ouvido críticas por parte de alguns candidatos que irão concorrer nas próximas eleições, em função da exigência estabelecida pelo TSE (Resolução 23.406/14) de que os candidatos deste ano têm que submeter a sua prestação de contas ao crivo de um profissional da Contabilidade.
O objetivo deste escrito não é defender os profissionais contábeis. O que queremos dizer é que a Contabilidade possui normas técnicas próprias que a maioria da sociedade e dos profissionais de outras áreas desconhecem.

Prestar contas, para os profissionais contábeis, não é simplesmente lançar recebimentos e pagamentos, mas registrar todos os atos monetários praticados pelo candidato referente à sua candidatura, obedecendo ao princípio das partidas dobradas, em que se identifica tudo o que se adquiriu (débito) e como estas coisas foram adquiridas (créditos). Este registro deve, ainda, obedecer ao regime de competência, no qual o lançamento é feito independentemente do seu pagamento, “dia a dia” e “conta por conta”. No final, é apurada a situação financeira ou patrimonial e a situação econômica de cada participante do pleito.

Portanto, devemos aplaudir a exigência de que a prestação de contas dos participantes do pleito eleitoral seja executada de acordo com as técnicas contábeis e assinada por profissionais da Contabilidade. Esta exigência é um dos primeiros passos no sentido de o Brasil começar a colocar ordem nos gastos de campanha. Amanhã, certamente, a contabilidade de cada candidato será integrada à contabilidade dos partidos, e, desta forma, poderemos apurar o resultado total da movimentação de cada pleito. É o que esperamos. Afinal, Ordem é sinônimo de Progresso.

Contador e ex-presidente do Sindicato dos Contadores/RS

Salézio Dagostim